Curativos

Sendo consideradas uma solução da continuidade da pele, as feridas podem ter várias causas para a sua origem: traumáticas (mecânicas, químicas e físicas), cirurgias, por pressão, queimaduras, alérgicas, inflamatórias, causadas por doenças sistémicas, entre outras.

Define-se como úlcera de pressão (UP), a lesão localizada na pele, provocada por insuficiente irrigação sanguínea habitualmente associada a pressão.

As úlceras de pressão classificam-se em 4 estádios/graus, do menos ao mais grave. Surgem, normalmente, em áreas localizadas sobre zonas ósseas, sujeitas a uma pressão contínua contra uma superfície externa. Na zona lesada surge, por norma, um eritema (vermelhidão), que não reverte com o alívio de pressão exercida e massagem local. Esta situação, designada UP de 1º grau, se não for devidamente tratada, evolui progressivamente, podendo tornar-se numa UP de 4º grau, de estado mais grave.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de uma úlcera de pressão são:

  • Défice estado nutricional: particularmente de proteínas, que causa uma reduzida resistência da pele à pressão e reduz a resposta imunitária (defesas do organismo). A perda de massa corporal contribui para a diminuição da elasticidade da pele;
  • Desidratação/desequilíbrio eletrolítico;
  • Incontinência urinária e fecal: contribuem para a maceração da pele e consequente aumento dos riscos de lesões por humidade. As lavagens/limpezas constantes removem os óleos naturais da pele, tornam-na mais seca;
  • Posicionamentos mantidos por diversas horas, implicando pressão contínua em diversas extremidades ósseas;
  • Graus elevados de dependência: maior o tempo de pressão da zona do corpo a uma superfície, maior o risco de desenvolver feridas por pressão;

As UP podem e devem ser sempre prevenidas, com simples gestos que farão grandes diferenças:

  • Mudança frequente de posição para alívio de zonas de pressão;
  • Realização periódica de exercícios passivos e ativos para a redução da estase, edemas e contraturas consequentes da diminuição da atividade muscular;
  • Estimulação da deambulação/marcha, de forma a preservar o tónus muscular, melhorar a circulação sanguínea;
  • Evitar fricção e forças de deslizamento nos posicionamentos e transferências da pessoa necessitada;
  • Utilizar, sempre que possível materiais anti-escaras (colchões, calcanheiras, cotoveleiras);
  • Suporte nutricional e hídrico adequados;
  • Hidratação constante da pele, com massagem local nas zonas de maior pressão.

No caso de desenvolvimento de UP, da menos grave (zona de pressão com pele intacta) até à mais grave (ferida extensa e profunda), deverá recorrer sempre a um profissional de saúde, em específico a um Enfermeiro, que deverá tratar a ferida o quanto antes para evitar o desenvolvimento de feridas mais graves, que irão provocar, para além de tratamentos mais dispendiosos e mais demorados, em casos mais graves, provocam também infeções generalizadas ou outras patologias graves, que deverão ser sempre evitadas, no caso de um acompanhamento atempado.

O profissional de saúde, em específico o Enfermeiro, é o responsável pela avaliação da úlcera de pressão e pela execução e manutenção do tratamento mais adequado a cada pessoa e a cada ferida.

O material de Enfermagem é fornecido pelo Enfermeiro, com a exceção do material de Enfermagem de uso contínuo, que deverá ser indicado pelo Enfermeiro e fornecido pelo cuidador.

De acordo com a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem, a ferida traumática consiste numa “solução de continuidade inesperada de tecido na superfície do corpo, associada a lesão mecânica devido a agressão ou acidente”.

A gravidade das feridas traumáticas é proporcional à força e à velocidade dos instrumentos utilizados, que atuam sobre os tecidos, associados a uma maior ou menor resistência da estrutura envolvida e da sua importância funcional.

As feridas traumáticas incluem uma grande variedade de lesões, desde uma simples escoriação ou esfacelo, a uma ferida com grande destruição dos tecidos e com perda de substância, que irão necessitar de cuidados de saúde mais pormenorizados.

Existem alguns fatores prejudiciais à cicatrização das feridas:

  • Idade: Com o avançar da idade, a pele envelhece, fica mais fina e menos elástica. A cicatrização é mais lenta e há um maior risco de infeção;
  • Nutrição: Uma alimentação variada e equilibrada, favorece a regeneração da pele e cicatrização mais rápida de feridas;
  • Estado de saúde: Antecedentes pessoais como hipertensão arterial, insuficiência venosa periférica, diabetes mellitus podem interferir no processo de cicatrização das feridas, e consequentemente atrasar o processo de cicatrização.

O profissional de saúde, em específico o Enfermeiro, é o responsável pela avaliação da ferida traumática e pela execução e manutenção do tratamento mais adequado a cada pessoa e a cada ferida.

O material de Enfermagem é fornecido pelo Enfermeiro, com a exceção de material do Enfermagem de uso contínuo, que deverá ser indicado pelo Enfermeiro e fornecido pelo cuidador.

Uma ferida cirúrgica, tal como o nome indica, é uma ferida resultante de uma intervenção cirúrgica.
Os bordos e pele suturados, são aproximados por pontos ou agrafos. Os pontos e os agrafos necessitam de cuidados diários. São prestados, por norma, pelo Enfermeiro, que fica responsável pela limpeza e desinfeção dos mesmos, vigilância de sinais de alarme, e remoção dos pontos/agrafos.

Existem alguns fatores prejudiciais à cicatrização das feridas:

  • Idade: Com o avançar da idade, a pele envelhece, fica mais fina e menos elástica. A cicatrização é mais lenta e há um maior risco de infeção;
  • Nutrição: Uma alimentação variada e equilibrada, favorece a regeneração da pele e cicatrização mais rápida de feridas;
  • Estado de saúde: Antecedentes pessoais como hipertensão arterial, insuficiência venosa periférica, diabetes mellitus podem interferir no processo de cicatrização das feridas, e consequentemente atrasar o processo de cicatrização.

Sinais de alarme que podemos encontrar nas feridas:

  • Infeção: Prejudica a cicatrização da ferida. Deve-se observar diariamente a ferida, despistar sinais de rubor (vermelhidão), dor/desconforto e calor ao toque, drenagem de secreções, edema (inchaço), prurido (comichão), odor, hipertermia, entre outros.
  • Flictenas: Bolhas de conteúdo seroso (cor transparente ou clara) ou hemático (sangue);
  • Hemorragia: Exteriorização de conteúdo hemático (sangue);
  • Dor/desconforto durante o movimento ou durante as mudanças de penso;
  • Deiscência: Acontece quando os bordos da ferida de abrem parcialmente ou na sua totalidade. É mais frequente nas suturas realizadas com pontos, ou quando se inicia o processo de remoção de pontos/agrafos alternados, acontecendo a deiscência quando os próprios bordos ainda não estariam unidos.

Estes sinais são de alarme e deverão ser comunicados de imediato ao Enfermeiro e articulados com o Médico.

Os cuidados a ter com a ferida cirúrgica diariamente são:

  • Manter o curativo (penso da ferida) limpo e seco, e evitar tocar com a zona lesada em espaços muito sujos;
  • Observar sinais de alarme e comunicar com o Enfermeiro/Médico sempre que se justificar;
  • Respeitar as prescrições de tratamento e a remoção dos pontos/agrafos.

O profissional de saúde, em específico o Enfermeiro, em concordância com o Médico, é o responsável pela avaliação da ferida cirúrgica e pela execução e manutenção do tratamento mais adequado a cada pessoa e a cada ferida.

O material de Enfermagem é fornecido pelo Enfermeiro, com a exceção do material de Enfermagem de uso contínuo, que deverá ser indicado pelo Enfermeiro e fornecido pelo cuidador.

De uma forma abrangente as queimaduras ocorrem quando um grande grupo de células da pele ou de outros tecidos, são agudamente destruídas por calor, descarga elétrica, fricção, frio excessivo, contato com produtos químicos ou radiação.

A gravidade do quadro depende exatamente de dois fatores: extensão e profundidade:

  • O grau/profundidade:
    • 1º Grau: Queimaduras superficiais, envolvem apenas a epiderme (camada mais superficial da pele). Os sintomas passam pela dor, rubor (vermelhidão) local e zona esbranquiçada quando tocado. É uma lesão seca, que não produz flictenas (bolhas). A pele poderá descamar, e não deixará sequelas;
    • 2º Grau: São atualmente divididas em 2º grau superficial (envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme) e 2º grau profundo. Os sintomas são semelhantes à queimadura de 1º Grau, incluindo o aparecimento de flictenas (bolhas). A cicatrização é mais demorada. As queimaduras de 2º Grau mais profundas que acometem toda a derme, são mais semelhantes às queimaduras de 3º Grau. Há risco de destruição das terminações nervosas da pele, algumas glândulas e folículos poderão ser destruídos. A cicatrização é mais demorada e por norma o membro fica com cicatriz;
    • 3º Grau: Queimaduras profundas que acometem toda a derme, atingindo tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas. São lesões que necessitam de apoio cirúrgico.
  • A extensão: Principalmente em lesões de 2º e 3º Grau, a extensão da área atingida deve ser tomada em consideração, uma vez que quanto maior a área de extensão da queimadura, maiores são os riscos de desenvolver complicações.

Consoante a avaliação, da extensão e consequentemente do grau, a queimadura é classifica em leve, moderada ou grave.
O profissional de saúde, em específico o Enfermeiro, em concordância com o Médico, é o responsável pela avaliação da queimadura e pela execução e manutenção do tratamento mais adequado a cada pessoa e a cada ferida.

O material de Enfermagem é fornecido pelo Enfermeiro, com a exceção do material de Enfermagem de uso contínuo, que deverá ser indicado pelo Enfermeiro e fornecido pelo cuidador.

Intervenção de Enfermagem que consiste na aplicação de uma ligadura, cuja finalidade é a imobilização completa ou parcial, contenção ou compressão de uma área corporal.

Existem vários tipos de ligadura: ligadura de gaze, ligadura elástica (também existe a ligadura com forte componente elástica, ligadura elástica adesiva) e ligadura de algodão, dependendo da finalidade da aplicação.

Cabe ao profissional de saúde, em específico ao Enfermeiro, em concordância com o Médico, a avaliação, execução e manutenção da aplicação da ligadura.

Abaixo seguem as aplicações mais frequentes:

  • Ligadura Capacete
  • Ligadura em Coto
  • Ligadura em Dedos
  • Ligadura Luva-Mão
  • Ligadura nos Membros Superiores
  • Ligadura no Tronco
  • Ligadura de Gerdy/Velpeaut
  • Ligadura nos Membros Inferiores
  • Ligadura no Cruzado Posterior do Pé

Os sinais a vigiar diariamente com a aplicação de uma ligadura são:

  • Desconforto, dor, sensação de formigueiro, edema do membro;
  • Ligadura demasiado apertada, que pode comprometer a circulação sanguínea ou comprimir algum nervo;
  • Reação alérgica ao material aplicado (rubor (vermelhidão), prurido (comichão), aparecimento de petéquias (manchas), borbulhas ou flictenas (bolhas), calor, dor/desconforto, entre outros).

O material de Enfermagem é fornecido pelo Enfermeiro, com a exceção do material de Enfermagem de uso contínuo, que deverá ser indicado pelo Enfermeiro e fornecido pelo cuidador.


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