Défice Cognitivo

O nosso cérebro, por norma, é capaz de compreender, aprender, recordar e processar todas as informações externas, captadas pelos nossos sentidos. Défice cognitivo ou deficit cognitivo, é o nome atribuído à limitação da capacidade mental em assimilar funções diversas. Não existe um padrão único, no entanto a presença de défice cognitivo prejudica sempre a nossa capacidade de concentração, comunicação e aprendizagem.

O défice cognitivo apresenta uma maior incidência na população idosa, no entanto, tende a aparecer atualmente e com maior frequência, em classes mais novas. Tem origem na ansiedade, na depressão, na dificuldade em dormir, entre outros, que, inicialmente, provoca um comprometimento cognitivo leve (por ex.: perdas de memória pontuais, dificuldade em concentração, dificuldade no raciocínio lógico), que não deverão ser desvalorizados, uma vez que, se não for devidamente acompanhado, evolui para um comprometimento cognitivo moderado a severo. Surge, igualmente associado, a várias doenças como: Doenças Neurodegenertivas (por ex.: Doença Tipo Alzheimer, Parkinsonismo, entre outros), AVC, Doenças Psiquiátricas (Esquizofrenia, Doença Bipolar, entre outros), Lesões cerebrais causadas por traumatismos, exposição a produtos químicos ou tóxicos, Transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, Paralisia Cerebral, entre outros.

Não existe cura para o défice cognitivo.

O objetivo do tratamento cinge-se à avaliação rigorosa da pessoa e, posteriormente, à reabilitação das funções cognitivas, com objetivo de melhoria progressiva, adequando os exercícios de estimulação a cada pessoa.

A reabilitação das funções cognitivas e tratamentos são realizados em equipa multidisciplinar.

Inclui também a família, que tem um papel muito importante neste processo. A pessoa lesada sente-se, na maioria das vezes, desmotivada, com auto-estima baixa, com sensação de fracasso em não conseguir executar tarefas/exercícios simples. A compreensão da situação, juntamente com o apoio e confiança por parte da família, oferece o suporte necessário para a pessoa que apresenta défice cognitivo.

A identificação do défice cognitivo é realizada através da anamnese (entrevista com a pessoa e com a sua família, onde é realizada a recolha dos dados pessoais, dos dados clínicos e dos resultados dos testes neuropsicológicos). Tem como objetivo avaliar o grau de défice cognitivo (de ligeiro a severo) e o modo como se manifesta no comportamento da pessoa e nas suas atividades de vida diárias.

As principais funções avaliadas para identificar o défice cognitivo são:

  • Orientação: Capacidade de se auto-reconhecer e situar-se no tempo e no espaço;
  • Memória: Capacidade de registar, manter e relembrar situações ou factos ocorridos. É incluída a memória sensorial (auditiva, visual, entre outros);
  • Atenção: Capacidade de concentração e interesse numa temática;
  • Pensamento e Raciocínio Lógico: Avalia a velocidade de processar, planear e contextualizar informações;
  • Função Executiva: Capacidade de realizar as atividades de vida diária;
  • Linguagem: Capacidade de comunicação e elaboração e expressão do pensamento;
  • Perceção: Capacidade de exploração visual;
  • Coordenação: Capacidade de desenvolver ações específicas de forma concomitante e o tempo de resposta.

O material de avaliação de reabilitação cognitiva é fornecido pelo Enfermeiro, exceto a reabilitação das funções executivas, que é realizado com os pertences do cliente.

A reabilitação das funções cognitivas é realizada pela equipa multidisciplinar.

Na área de Enfermagem, quer a avaliação, quer a reabilitação cognitiva é realizada de forma contínua, por meio de variados exercícios dependendo das temáticas a trabalhar:

  • Orientação: TOR – Terapia de Orientação para a Realidade. Engloba as três vertentes: nome/pessoa, espaço e tempo;
  • Memória e Atenção: Terapia de Reminiscência;
  • Pensamento: Exercícios de cálculo e resolução de problemas, exercícios de criatividade e pensamento;
  • Função Executiva: Exercícios práticos de estimulação nas atividades de vida diárias ou de tarefas motoras simples a complexas;
  • Linguagem: Exercícios que melhorem a afasia (perturbação na formulação e compreensão da linguagem);
  • Perceção: Exercícios que melhorem as agnosias (incapacidade de identificar objetos com o uso de um ou mais sentidos);
  • Coordenação: Exercícios que melhorem as apraxias (incapacidade de executar movimentos/gestos precisos).

Material de avaliação de reabilitação cognitiva é fornecido pelo Enfermeiro, exceto a reabilitação das funções executivas, que é realizado com os pertences do cliente.


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