Mobilidade

No nosso quotidiano, executamos um vasto conjunto de atividades para suprir as nossas necessidades biológicas, psicológicas, sociais e culturais. Fazemo-lo, involuntariamente, sem nos apercebermos verdadeiramente da importância que é podermos mobilizar-nos, sem restrições nem dificuldades. Só nos apercebemos da importância de um simples movimento, quando nos vemos privados dessa possibilidade.

Na área de Enfermagem, a importância desta temática sempre se fez priorizar. A área defende que o Enfermeiro deve ajudar a pessoa a conseguir a sua independência tão rapidamente quanto possível: “movimentar-se e manter a postura correta”.

Contudo, é e será sempre necessário avaliar cada situação individualmente, inclusive a situação clínica da pessoa, os riscos associados à mobilidade e as indicações médicas, sobretudo na faixa etária idosa que está mais vulnerável aos efeitos das alterações da mobilidade.

É o Enfermeiro que, no âmbito das suas competências e em conjunto com outros profissionais de saúde, intervém diretamente, desenvolvendo estratégias que promovam o auto-cuidado e reintegração familiar e social.

Segundo a CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem), “posicionar é colocar alguém ou alguma coisa em determinada posição”.

O posicionamento/alternância de decúbitos é essencial e imprescindível em pessoas com alterações na sua mobilidade, uma vez que tendem a exercer uma maior pressão em zonas ósseas, quando submetidos a tempos longos na mesma posição. As zonas de pressão mais comuns são: região occipital, região escapular, região sacrococcígea, região trocantérica, calcâneos, entre outros.

Os posicionamentos têm como principais objetivos:

  • Prevenir complicações associadas à imobilidade, como o desenvolvimento de feridas por pressão;
  • Proporcionar conforto.

Para o alívio das zonas de pressão e prevenção de futuras feridas, é necessário haver:

  • Alternância de decúbitos (lados): quanto maior o tempo de pressão da zona do corpo a uma superfície, maior o risco de desenvolver feridas por pressão;
  • Vigilância e hidratação da pele, com creme hidratante;
  • Suporte nutricional e hídrico adequados.

Os posicionamentos poderão ser executados no leito (cama da pessoa), em cadeira-de-rodas ou em sofás/cadeirões.

Denominam-se, tecnicamente, como posicionamentos em:

  • Decúbito dorsal (de barriga para baixo);
  • Decúbito semi-dorsal (direito/esquerdo);
  • Decúbito lateral (direito/esquerdo);
  • Decúbito ventral (barriga para cima);
  • Decúbito semi-ventral (direito/esquerdo);
  • Posição de Fowler (Decúbito ventral com cabeceira elevada a 90º);
  • Posição de semi-Fowler Decúbito ventral com cabeceira elevada a 45º).

Os posicionamentos devem ser executados pelo Enfermeiro, com o apoio do assistente operacional (auxiliar de ação direta) ou outros prestadores de cuidados (como por ex.: o cuidador principal – familiar), desde que informados da prática, para a segurança do próprio cuidador (que a médio e longo prazo poderá desenvolver patologias dos esforços causados pela má técnica usada nos posicionamentos) e da pessoa necessitada.

O material de domicílio usado em posicionamentos deverá ser fornecido pelo cuidador.

O material de Enfermagem é fornecido pelo Enfermeiro, com a exceção do material de Enfermagem de uso contínuo, que deverá ser indicado pelo Enfermeiro e fornecido pelo cuidador.

Uma transferência é um padrão de movimento pelo qual se move uma pessoa de uma superfície para outra. A pessoa pode transferir-se ou ser transferida, da cama para a cadeira-de-rodas/cadeirão/sofá, e vice-versa.

As transferências devem ser executadas pelo Enfermeiro com o apoio do assistente operacional (auxiliar de ação direta) ou outros prestadores de cuidados, desde que informados da prática. A técnica a utilizar depende da colaboração que a pessoa necessitada pode dar.

A técnica de transferência deve garantir segurança, tanto para o Enfermeiro/assistente operacional/cuidador como para a pessoa a ser transferida, pelo que é fundamental avaliar as necessidades e capacidades da mesma relativamente ao seu grau de dependência, ao seu tamanho e peso, à sua capacidade de compreensão e vontade em colaborar. A escolha do método de transferência tem ainda que estar de acordo com as condições clínicas da pessoa necessitada. O processo de levante deve iniciar-se logo que a situação clínica o permita. O levante tem como objetivos:

  • Prevenir complicações da imobilidade;
  • Incentivar o autocuidado;
  • Treinar o equilíbrio;
  • Preparar para o treino de marcha;
  • Promover a autonomia.

O material de domicílio usado em transferências deverá ser fornecido pelo cuidador.

O material de Enfermagem é fornecido pelo Enfermeiro, com a exceção de material do Enfermagem de uso contínuo, que deverá ser indicado pelo Enfermeiro e fornecido pelo cuidador.


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